VOU DE TAXI
Eu trabalho a duas quadras de casa e, por isso, costumo ir e voltar a pé. Mas em dias de chuva peço, envergonhado, um taxi. Envergonhado porque a corrida não dá nem 5 reais e, depois de me deixar, o pobre taxista tem que voltar para o fim de uma fila de mais de 80 carros. Para tentar compensar, costumo pagar 10 reais pela viagem - não resolve muito, mas pelo menos minha consciência fica menos perturbada.
Outro dia tive que usar desse expediente e assim que entrei no taxi, pedi desculpas pela corrida curta. Ele respondeu, sem qualquer aborrecimento:
Tem problema não, Zé Luiz. Você é nota dez. Além de taxista, trocadilheiro.