Pa-pum
O HOMEM QUE SABIA DE MENOS
Apesar da crise política, o governo Lula vem atingindo bons resultados na economia. Isso ficou provado ontem, com a notícia de que o setor produtivo vem lucrando mais que o bancário desde a posse de Lula.
Engraçado, o PT parece estar se transformando no seu pior inimigo. Depois de Adhemar de Barros e Paulo Maluf, o governo Lula assume o papel do
rouba, mas faz.
SORRIA, VOCÊ ESTÁ SENDO FILMADO
Além de ter um gerundismo de péssimo gosto, esta frase é uma das que menos faz sentido na língua portuguesa. Ou você, alguma vez na vida, sorriu ao ler essa mensagem?
É aquela coisa de você fingir que obedece e o sujeito fingir que espera ser obedecido. Afinal, se ele esperasse que alguém sorrisse ao ler o cartaz, ele escreveria uma piada.
É TERNO
Não consigo entender por que é que terno e gravata são considerados, juntos, um símbolo de elegância. É tudo igual, muda uma corzinha, um cortezinho e todo mundo comenta:
Nossa, você viu como o Mendonça tá bem vestido? Pra mim, não passa de um uniforme como o dos garis e dos marronzinhos do CET - só que para executivos e almofadinhas.
Se você acha mesmo terno e gravata sinônimos de elegância, peço sua atenção. O apresentador Roberto Barros usa. O ex-ministro José Dirceu usa. O empresário Antônio Ermírio usa. O Repórter Vesgo usa. Até o cantor de churrascaria Latino às vezes usa. Se nem assim você mudou de idéia, peço só um favor: se um dia for ao meu aniversário, não leve roupa de presente.
MOTIVOS DE FORÇA MAIOR
Fiquei dois dias sem postar nenhum texto neste blog por motivos que fogem de meu controle e muito mais fortes do que eu.
Reclamações - ou agradecimentos - favor enviá-las ao meu intestino. Obrigado.
VOZ DE ROBÔ
Por que diabos que toda vez que alguém dá um depoimento e não pode ser identificado a TV tranforma sua voz na de um robô? Eu sei que é para ficar irreconhecível, eu não sou burro. A questão é: por que sempre tem que ser voz de robô? Poderia ser voz de qualquer coisa: de criança, de marinheiro, de papagaio; mas sempre é aquele maldito robô.
Será que no planeta do robôs eles também usam uma técnica semelhante para disfarçar as vozes? Se tiverem, deve ser mais ou menos assim: os robôs que não podem ser identificados falam com voz de Chacrinha, Silvio Santos, Pelé, Paulo Francis ou Lula. Ia ser mais divertido e, além do mais, poderiam contratar o João Kleber de dublador e levar esse mala para bem longe.
SIFU
Era um desses grupos neonazistas, que pregava a superioridade branca sobre todas as outras raças. Se reuniam semanalmente para planejar ataques a negros, judeus e outras sub-raças que têm mais é que apanhar. Um dia, indo para um desses ataques, o grupo foi abduzido por uma gigantesca nave espacial.
Assim que chegaram, foram informados que se tratavam de extraterrestres muito superiores aos humanos e que os escravizariam pelas galáxias. Mas o pior foi que os ETs não eram verdes e cabeçudos. Na verdade eram negros, com traços latinos, olhos puxados e vestiam um quipá na cabeça.
OSSOS DO OFICIO
Outro dia liguei para o ponto de taxi e, como você já deve ter adivinhado, veio um taxi. Cumprimentei o motorista com um tradicional
e aí, beleza?. Já a resposta não foi nada tradicional:
Mais ou menos. Trabalhando feito um filho da puta.Isso me deixou realmente curioso: afinal de contas como é que trabalha um filho da puta? Cafetinando a própria mãe? Com um saco de supermercado na cabeça, de vergonha? Distribuindo mensalões e alegando não saber de nada? Seja como for, o taxista deve erguer as mãos aos céus agradecer a Deus. Antes trabalhar feito um filho da puta do que feito a mãe dele.
SEM NOÇAO
Para entrar no prédio onde trabalho, tenho que subir duas escadinhas de quatro degraus cada. Apesar de usar muletas, nem é tão difícil: os degraus são baixos e bem espaçados. Ainda assim, sempre tem alguém que passa por mim e brada: vamos fazer um abaixo-assinado e mandar construir uma rampa aqui. Nada pior que uma rampa nesse caso: é mais difícil de subir e em dias de chuva, as chances de tomar um chão e me estatelar são enormes.
Ou seja: a pessoa está cagando para me ajudar. Ela quer é ter a sensação de ser boazinha e eu é que me lixe. Se a suposta boa ação vai me foder, azar o meu que não sei aproveitar as oportunidade que me são dadas. É mais ou menos o que a senadora Heloísa Helena está fazendo ao lutar pelo aumento do salário mínimo. Se vai afogar o povo em impostos e inflação, azar o deles. Eles que aprendam a pescar, pois ela já deu a vara. No cu, para ser exato.
CE MENTE
Chega uma hora que é inevitável, todo pai tem que encarar a pergunta fatal do filho sobre como ele nasceu. Entre uma gaguejada e outra, a desculpa mais usada – e mais esfarrapada – é a da sementinha.
Papai, como foi que eu nasci? Primeiro, o papai foi até o céu e escolheu a criança mais bonita.
Ah, e depois? Aí o papai deu uma sementinha para a mamãe, ela tomou que nem comprimido e depois de nove meses você nasceu.
Nossa! Então quer dizer que sexo oral engravida?
FICOU NA VIDA E SAIU DA HISTÓRIA
Eu nunca fui fã nem crítico de Leonel Brizola. Sei que lutou bravamente pela democracia, mas pelo menos um desserviço ele prestou à nação. Quando ainda presidente, Fernando Collor pensou em suicídio mas mudou de idéia após convesar com o gaúcho. Porra, o cara estava à beira do abismo, custava dar uma empurradinha?
Agora vivemos um momento político parecido. Temos um messiânico fanático e despreparado cambaleando na Presidência por causa de corrupção. Se o Lula chegar a cogitar suicídio e algum filho da puta tirar-lhe a idéia da cabeça, sugiro cadeira elétrica. Para os dois.
DIA DOS PAIS
Nessa época eu chego a sentir pena de alguns pais. Já não bastam alguns comerciais piegas que são feitos em sua homenagem, a maior parte deles ainda ganha presentes esdrúxulos. Sei de um caso em que um pai ganhou um celular usado e quebrado do filho da puta do filho.
Mas quem mais sofre é quem tem filhos em idade pré-escolar. Claro, as professoras têm uma péssima mania de mandar as crianças fabricar os próprios presentes. Pera lá, eles não têm coordenação motora para segurar uma caneta e escrever uma frase, quanto mais para bancar os duendes do Papai Noel. O mais curioso é a cara de orgulho do pai, ganhando um pedaço de madeira lambuzado de durepox.
MAS JÁ VAI?
Se você tem avó viva, deve ouvir essa pergunta toda vez que vai visitá-la. Às vezes ela fala para você esperar um cafezinho, outras vezes um lanche, mas a pergunta sempre é feita:
Mas já vai? Se mãe é tudo igual, vó é mais ainda.
Deve haver um acordo, firmado numa Convenção das Vovozinhas, pelo qual todas elas combinaram fazer essa pergunta. Não pode ser coincidência, seria estatisticamente impossível. Opa, peraí. Porque você está mexendo nesse mouse?
Mas já vai?
EDIÇAO DE ANIVERSARIO
Eita. Hoje este digníssimo blog está completando um ano de existência. Foram cerca de 200 textos nesses 12 meses: uns ruins, outros piores. Contando as duas versões (zip.net e blogspot) já chega a 30 mil page views: nem velório de famoso tem tanta visita.
E, na posição de Excelentíssimo Senhor Presidente deste Blog, proclamo o dia de hoje feriado. E como é feriado, não tem texto. Passa no mercado, compra uma língua de sogra e dá uma sopradinha para comemorar.
PROFISSIONAIS DE VIDA FÁCIL
O trabalho mais sossegado dentro de um restaurante certamente é o do lavador de louça. Antes que as donas de casa protestem, eu me redimo: sei que esta é uma atividade chata e difícil. Mas basta que algum cliente deixe de pagar a conta, que prontamente é escalado para lavar a louça na cozinha.
Daí, o lavador oficial fica sem nada para fazer. Fica lá no canto, triste e desprezado. Aposto que é ele quem escreve aquele cartaz:
Visite nossa cozinha. Dá um pulinho lá qualquer dia e conta uma piada para o cara. O coitado precisa de um pouco de companhia e diversão.
QUEM TE VIU, QUEM TV
Ontem, passando pela Avenida dos Bandeirantes, vi algo realmente surpreendente. Deitado sobre um banco de praça, estava um mendigo enrolado num cobertor velho, assistindo televisão. Isso mesmo, o sujeito não tem dinheiro para comer nem para se vestir, mas tem um aparelho de TV.
Se essa moda pega, pelo menos vamos ter um novo jeito de nos safar de dar esmola. Quando um mendigo chegar pedindo dinheiro para comprar pão, é só responder:
Sai fora, eu sei que você vai comprar pilha pro controle remoto.
O SEGREDO DA VIDA É EXPELIR
Repare na sensação de leveza e na alegria de viver quando você faz cocô. E a tranquilidade gástrica que só o vômito proporciona? A felicidade consiste, portanto, em expelir: cagar, mijar, assoar o nariz, gozar. Até cuspir é maneiro.
Por isso, da próxima vez que seu analista disser para você por tudo para fora , baixe as calças, se agache faça um grande e respeitoso cocozão sobre o divã. Depois cuspa em cima.
OLIMPIADAS GAY
Isso mesmo, outro dia li que existem competições olímpicas para o público homossexual. O que eles querem com isso? É muito diferente de, por exemplo, paraolimpíadas – os aleijados não podem competir de igual para igual com os outros atletas. Só pode ser uma coisa: medo da bicharada agarrar os machos suados.
Imagino as provas. Salto com vara. Corrida com vara. Mergulho com vara. Futebol com vara. E assim por diante. Com cobertura total do jornal A Gazela Esportiva.
EVITAR A GORDURA NAO E MOLE
Por que é que a gente gosta tanto de comida gordurenta? Picanha, coxinha, costela, feijoada e, de sobremesa, um belo mousse de chocolate. Que prazer a gente vê em entupir nossas artérias um pouco a cada dia?
Especialistas dizem que herdamos essa prática do homem primitivo, que precisava armazenar gordura, pois não sabia quando teria uma nova refeição. Tudo bem, deve ser isso mesmo. Mas entre tanta coisa para herdar dos homens das cavernas, por que fomos escolher logo isso? Em vez disso, por que não - por exemplo - nocautear mulheres com uma clava e arrastar para casa?
CORINTIOS
Ontem eu estava vendo um programa esportivo na TV, que entrevistava Marcio Bitencourt, o técnico do Corinthians. E percebi algo inusitado: não é que o cidadão é a cara do Padre Marcelo? Pode reparar, parece mesmo.
É, só com ajuda divina para o Corinthians conseguir ganhar umas partidas.
POR QUE O COCÔ TEM FORMAS DIFERENTES?
Às vezes sai de bolinha. Às vezes de tijolo. Tem o tradicional, que parece uma kafta do Almanara. E o mole, que se esparrama disforme e pastoso pelo vaso.
Será que tem a ver com o que comemos? Será que é resultado da incansável batalha entre o intestino delgado, sensível e criativo, contra o tosco intestino grosso? E o mais importante: por que é que, indepente da forma e da textura, o cocô sempre tem um milho não digerido?